Nos últimos tempos tenho notado como esta cada vez mais discrepante a diferença dos profissionais de vendas “da velha guarda” e da nova geração que estão por aí.

Cada vez mais a velha guarda se assemelha a grandes esquemas de pirâmides com suas técnicas de caçar vendas de formas persistentes e muitas vezes inconvenientes, enquanto a nova geração foca em entregar a melhor experiência de compra junto com produtos ou serviços que podem melhorar muito a vida.

Se você investe na bolsa através das muitas corretoras modernas que taxam pouco ou quase nada em suas transações com certeza é metralhado com anúncios de “Betinas da vida” que ficam 20 minutos insistindo que você tem a grande chance de adquirir um produto a preço de banana que vai mudar sua vida.

Por mais que estes vendedores utilizem o que há mais novo de marketing, mídia, targeting ainda assim a forma como tenta-se convencer é feita para o “velho mundo” e se não houver um plano para que as coisas mudem, muitas pessoas da área de vendas se tornarão obsoletas e nem se quer entenderão porque as coisas "de repente ficaram tão difíceis nos últimos tempos".

Claro que ainda há espaço para este tipo de venda dentro de uma sociedade que ainda alimenta muitos conceitos retrógrados, mas aos poucos este modelo vai perdendo força até que eventualmente torne-se uma fatia bastante pequena do potencial de vendas de uma empresa.

No último ano tive uma experiência com vendedores de carros que me desanimou como um potencial consumidor modernos que foge de pessoas que tentam empurrar produtos:

Conhecendo um carro elétrico

Como entusiasta tecnológico sempre gostei muito da ideia de carros elétricos apesar das ressalvas quanto as incertezas dos problemas que a baterias usadas nos trarão, afinal de contas motores que podem acessar 100% de seu potencial em questão de segundos é muito divertido em conjunto com todo potencial de impacto ambiental.

Logo que uma montadora chinesa se propôs a vir para o Brasil e trazer carros elétricos como itens acessíveis do que um Tesla eu comecei a ver alguns anúncios nas mídias sociais sobre o assunto, como ainda não havia testado um elétrico resolvi me cadastrar e ver como funcionava os test drive.

Respondi um questionário de forma bastante detalhada sobre quais eram minhas expectativas, o modelo do carro que gostaria de testar e fui honesto quanto a nunca nem ter entrado em um carro elétrico. Todo o processo foi digital, porém em dado momento era necessário um tempo para que pudessem processar toda aquela informação e me sugerirem datas para o testdrive.

Alguns dias depois fui surpreendido com uma ligação de uma das concessionárias da marca, mesmo eu informando especificamente no processo do questionário que não gostaria do contato telefônico com ofertas e sim um e-mail com mais detalhes sobre os carros e o test drive.

A ligação foi só o primeiro dos muitos pontos decepcionantes nesta experiência de potencial compra, pois o vendedor no outro lado da linha nitidamente provavelmente nem tenha tido acesso o formulário que tão detalhadamente preenchi.

A primeira pergunta do vendedor foi qual o modelo eu gostaria de realizar o testdrive e como eu não lembrava o nome dos modelos a segunda foi se era o carro mais barato ou se eu procurava algo acima.

A partir dai já tinha desistido de perder o meu tempo com esta inciativa e disse que estava ocupado e que não poderia falar mais, como todo vendedor da velha guarda o vendedor insistiu que iria me ligar mais tarde para repetir as mesmas perguntas.

Como o ponto era não perder mais tempo pedi para que me enviasse um e-mail com as fichas dos carros e que se alguma coisa me interessasse eu iria entrar em contato. Claro que em vez do e-mail recebi um pdf sem explicação alguma com um folder profissional contendo dois modelos e sem nenhuma explicação do vendedor.

Enfim, no final das contas o resumo da ópera é:

Vendedores da velha guarda tentam convencer, dissuadir, insistir e empurrar produtos ou serviços. Quando nos tempos atuais seria muito mais efetivo conquistar, encantar e ajudar os seus potenciais clientes.

Na era da informação, usar o velho manual de vendas é quase um ultraje para consumidores que sabem o que querem e principalmente não estão dispostos a perder tempo. Um cliente que esteja realmente interessado em alguma coisa que pode impactar sua vida, investe muito mais tempo pesquisando sobre um produto ou serviço do que um vendedor poderia gastar para realizar uma única venda.